O Perdão é um ato fruto de uma decisão, ele independe do sentimento.
Quando um casal de idosos judeus foi questionado acerca do como conseguiram viver após tantas atrocidades vividas por eles, responderam: "esquecendo a raiva" - ou seja, perdoando!
Quando o Papa João Paulo II pediu Perdão as judeus pela omissão da Igreja, muitos julgaram o ato como "ridículo", pois "os judeus já haviam sido massacrados e agora vem um cara falando isso?!"...
Pois é...de quanta coragem precisou o Papa para decidir-se por tal atitude? ele reconheceu a possibilidade de erros praticado pela Igreja a qual ele representava naquele momento e corajosamente exprimiu arrependimento. Certamente ele pensou que talvez seria ridicularizado (como de fato o foi), mas a sua crença foi mais forte, sua compreensão desse ato como necessário foi determinante.
Imagina quantas maldições sobre a Igreja foram lançadas antes deste pedido de Perdão e a libertação dessas maldições após este ato sincero e humilde. O Perdão liberta e libera.
Ocorre que de fato a Igreja ajudava os judeus, mas de uma forma discreta, talvez por ser um país neutro e como tal devia se portar. Mas a Igreja os ajudava. Ainda assim houve muita insatisfação quanto ao desempenho dela e a partir daí as falas malditas triplicavam sobre a Igreja.
Assim como o casal judeu decidiu esquecer a raiva, João Paulo II decidiu perdoar aqueles que ajudaram os judeus de forma limitada, assumir as limitações deles para si e pedir Perdão para todos os antepassados judeus e sua posteridade.
Estes dois exemplos ilustram claramente a importância de darmos e pedirmos Perdão.
Se morremos sem perdoar alguém, nossa posteridade vai se ver com um problema que não lhe pertence.
Sim, pois a raiva, a falta de Perdão sempre é transmitida à geração vindoura; o sentimento de ter sido lesado de alguma forma é sentido por algum membro familiar, levando-o a sentir a raiva transmitida. Há necessidade de justificação e caso esta não se dê, será cobrada depois. E a justificação se dá pelo Perdão.
Anacris Aquino
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