Algumas pessoas já
não querem mais casar-se pois observaram que enquanto solteiros, determinado
casal se dava muito bem, após casarem, começaram as brigas, se separaram.
Ocorre que da mesma
forma que só aprendemos a ser pai/mãe no momento em que estamos sendo – e isto é uma ação em curso – só aprendemos
a ser casal enquanto estamos sendo, em nosso dia a dia. Ou seja, não existem
fórmulas para ser casal, o que existe é uma decisão de ser casal e uma atitude
decorrente desta decisão, que resulta num aprendizado mútuo.
O AMOR não é um
sentimento, não é uma historinha de “Romeu e Julieta” onde tudo é lindo e fácil,
mas é uma CONSTRUÇÃO, fruto de decisão e atitude diária, onde se encontram
recompensas, alegrias, mas também frustrações e renúncias. E isso é
maravilhoso, pois só assim crescemos.
Então, unir-se a
alguém implica em aceita-lo como é, como ele pode ser. Só que acontece o
seguinte: o próprio sujeito desconhece algumas características familiares que
traz em si mesmo, portanto não pode, a princípio, erradica-la de sua vida.
O casamento é a união de um homem e de uma mulher que constroem em comunhão e
em amor uma vida comum.
Num casamento, união
entre um homem e uma mulher que decidiram construir uma vida em comum, o homem
está se unindo à mulher e à sua Família – não tem como ser diferente. Quando o sujeito
se apresenta a alguém, ele não está se apresentando sozinho, é como se dissesse
ao se apresentar: “eu apresento em mim a minha família”.
Por exemplo: o
sujeito se acha calmo, tranquilo. Num determinado tempo em sua vida, ele começa
a apresentar nervosismo, ansiedade diante da direção do outro ao volante. E a
partir daí só ele dirige o carro e nem quer saber se o outro quer dirigir ou
não. Este pode ser um fato gerador de brigas entre o casal, onde um chama o
outro de egoísta. Mas sob uma análise mais profunda, o sujeito pode estar
passando por um estresse e, para não quebrar, arrebentar internamente, ele se
segura da forma como pode se segurar, ou seja, pelo controle. É como se ele fosse uma barreira contendo a
água do rio caudaloso e não pode se distrair, senão perde a força e arrebenta. O
modo como o sujeito procedeu frente ao estresse é certamente o mesmo modo
aprendido ou apreendido de seus pais ou familiares.
Às vezes, o sujeito exerce
seu controle cobrando seu companheiro, exigindo dele, desrespeitando-o. Quando um
relacionamento entra neste grau de cobrança, há de se questionar sobre o que
pode estar acontecendo e em que lugar se encontra a raiz da insatisfação: o
ciúme do outro pode ser uma fala do tipo “não estou me sentindo amada,
valorizada por você”; a rispidez com que trata seu companheiro, pode significar
a fala “você não sente atração por mim, eu não vou deixar que isto magoe” – e pela
rispidez ele já se assegura de não se deixar machucar. Ora, o homem só não
sente atração pela esposa quando está doente. Se esta não é uma alternativa,
então qual será a possível? Uma das coisas que ocorre entre o casal é o
distanciamento causado pelo afastamento ou recusa de um dos cônjuges em
entregar-se às necessidades físicas do outro. Cabe aqui atentar para o perigo
da infidelidade.
Ora, desejando uma
relação verdadeira, saudável, plena, é que o casal se une; donde há de atentar
a todo tipo de comportamento que esteja distanciando do outro. Caso não esteja
feliz no relacionamento, cabe o questionamento sincero, a busca de um
profissional que auxilie nesta busca e a oração. Sempre digo que a Ciência
junto com Deus é invencível. O casal que deseja constituir Família há de se
lembrar que o homem é constituído de Espírito (por onde se conecta a Deus),
Alma (sede da personalidade, desejos, psique) e Corpo (onde se dá o sintoma da harmonia
ou da desarmonia entre estas três partes). Não é possível construir uma Família
plena sem a participação de Deus no meio dela. É o espírito Santo quem conduz a
vida matrimonial do casal – mas ele tem que querer.
Muitas vezes não nos
ligamos aos ensinamentos da Igreja ao que tange nossos comportamentos. Isso
geralmente por desconhecermos o sentido destes ensinamentos. Um direcionamento interessante
e importantíssimo é de que o casal não se uma sexualmente antes do casamento (2350).
Mas porque a Igreja nos ensina isto? Porque dessa forma o casal descobrirá o respeito
mútuo, a fidelidade e a esperança confiante de se receberem da parte de Deus. Vão
ajudar-se mutuamente e crescerão juntos.
“O sonho é para ser
construído. A ilusão é para ser destruída”(desconheço o autor)
Anacris Aquino
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