O
que é “abuso sexual de crianças”?
O abuso é caracterizado
quando o adolescente ou o adulto faz uso da criança para sua própria gratificação sexual. Pode ser pela coação, pela violência, pelo abuso de confiança que a
criança investiu no adulto.
Geralmente o abuso ocorre
dentro de casa, incestuoso, onde a criança vive, com aqueles em quem ela
confia. O abusador geralmente é uma pessoa da família, como irmão, pai, mãe, babá
ou algum amigo íntimo da família.
Geralmente o abusador foi
abusado, ele tem uma história da qual não conseguiu se libertar e ela se
encontra tão presente dentro dele, que o aprisiona a um modo de ser e repetir sua
própria história dolorosa em algum momento de sua vida.
Como
se transforma num abusador?
1- sofre o abuso
2- marcas profundas são geradas + solidão devido à vergonha e culpa que se sente
3- uma elaboração imatura (tipo "eu sou culpada/o pois eu o/a atraí") e
inconsistente + confusão - "ele/a me forçou..."
4- esquecimento devido a dor
profunda
5- o tratamento psicológico não é buscado por algum motivo, seja pela ignorância, seja pelo orgulho
6- há flashes do trauma no
decorrer da vida
7- e posterior reprodução do abuso no outro, seja
pela necessidade de carinho, de sentir-se dominante, pois ele/a sempre foi
dominado
A criança faz parte de uma
família dentro da qual espera ser amada, respeitada, cuidada. Sua casa, seu lar é seu
lugar de repouso, de possibilidades boas, de saúde e equilíbrio. De repente, encontra-se numa
situação em que seu parente ou amigo de seu parente a envolve, a recruta
sexualmente, o que pode ser através de carinho, palavras doces, ameaças,
imposições, violência.
Quanto menor a criança, mais
profunda a marca que recebe pelas machucaduras da vida. Quando o adulto a
recruta para seu prazer pessoal, a criança fica sem saber o que fazer, a
confusão instaura-se em sua cabeça, de forma que ela sente-se culpada,
envergonhada. Numa situação de coragem ou na confiança em outro adulto, ela
pede ajuda a ele, conta-lhe a situação em que vive, mas este adulto a tem como
fantasiosa, até mentirosa e esta criança se retrai. Ela já não pode confiar nem
naquele que a devia proteger e a está abusando, nem em outro adulto que, como o
abusador, a trai quando não a escuta, não a credibiliza.
A confusão se instaura na
cabeça da criança: estará fantasiando? Ela está sendo culpada por estar
chamando atenção de seu progenitor/progenitora? ela é uma criança má, pois do
contrário não angariaria atenções indevidas. Conflitos de amor pelo progenitor
e ódio por suas atitudes se instauram dentro de seu ser e ela fica refém de si
mesma. A impotência de não conseguir se fazer escutar e parar o comportamento adulto
gera frustração, que gera raiva, que gera revolta, culpa.
Tal conflito, tal culpa é tão
massacrante que ele vaza de dentro da criança, em seu comportamento, em sua
saúde, em seu aprendizado, enfim, em sua vida.
Na escola, pode ser o
agressivo, que fala palavrões, que responde aos professores, que enfrenta e
maltrata colegas num pedido de ajuda; ou pode começar apresentar dificuldades
no aprendizado, ou ausências em meio às aulas, buscando, pensando elaborando
planos para fazer parar o abuso; pode ser o 1º a chegar na escola e o último a
sair, pois sente-se mais seguro na escola que em seu próprio lar.
Também pode acontecer da
criança reproduzir o comportamento abusivo com outras crianças menores que ela;
mostrar entendimento de assuntos sexuais não próprios à sua idade.
Ainda que passe toda fase de
isolamento, dor, solidão, desamparo, sua autoimagem está deformada, não se
acreditando possível, capaz; não conhece mais nem sua orientação sexual. Daí também a
possibilidade de se tornar um homossexual, um pedófilo.
Quando o adulto não tratado
vai constituir uma família, frequentemente escolhe parceiro que
repita sua história de abuso incestuoso, num saber inconsciente.
Por ex. a mulher que foi
abusada possui traumas profundos, os quais a levam a um desinteresse sexual,
aumentando os problemas em seu relacionamento conjugal. Seu companheiro já um
tanto parecido com seu pai, é deixado à mercê (sexualmente falando). Após o nascimento do 1º filho,
ainda mais se for do sexo feminino, a mulher os aproxima e se põe mais de lado,
responsabilizando seu trabalho, suas obrigações domésticas por esta distancia.
Quando há o nascimento do 2º filho, o marido está numa situação ainda mais
perigosa, donde, num excesso de bebida, pode se soltar e partir prá cima da
filha, colocando-a no lugar de sua esposa.
Há
possibilidades de tratamento para o abusador?
Sim, o abusador geralmente é
alguém que já foi abusado. O tratamento constitui de cuidados psicológicos e
psiquiátricos.
Há
possibilidades de tratamento para a criança abusada?
Sim, sem dúvidas. Quando há
desconfiança acerca da criança estar sofrendo abuso sexual, é preciso buscar um
profissional competente que investigue através de questionamentos à família, à
criança, através de testes projetivos e outros, o que está de fato ocorrendo, se há abuso realmente.
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