Agora está noite, mas amanhã o Sol vai chegar
Falar de perdas é importantíssimo, mas as pessoas fogem
desse tema para não entrar em contato com sua dor.
A vida do ser humano é permeada
de perdas, desde o ventre materno: com seu nascimento, ele perde o aconchego, a
delícia daquele ambiente intrauterino que ele desfrutava e passa a
um mundo diferente daquele que
ele conhecia, com “n” possibilidades a conhecer. A cada possibilidade nova que
ele conhece no mundo, é uma perda daquela que ele já conhecia. Ou seja: a cada
momento da vida, o ser humano está se deparando com perdas – isso faz parte de
seu crescimento, só é possível crescer ao deixar o antigo e entrar para o novo.
Algumas perdas são mais difíceis
de administrar que outras.
Perdas materiais, como a perda de
uma casa, de um automóvel, de um móvel, de dinheiro...são perdas, porém não tão
difíceis de administrar como aquelas que são mais intensamente sentidas e estão
associadas ao luto: perda do status social; a mudança de cidade, de uma escola,
do trabalho; a separação; o término de um namoro; decepções; traições; tudo
isso significa dor profunda muitas vezes, de forma que o sujeito tem que buscar
auxílio espiritual, psicológico e até mesmo psiquiátrico cuidando do físico para administrar a dor
decorrente dessas perdas.
Quanto maior a proximidade com a
pessoa que se foi, maior minha dor, minha dificuldade de me recuperar, de
superar.
O sujeito deve se permitir o
direito e respeito de curtir sua dor, de deixar-se chorar, ficar sozinho,
quieto, sentir a dor da ruptura, da separação daquele querido; até de sentir
raiva, decepção. Aquele que perdeu tem o direito de questionar “como ele se
foi?!como ele me deixou??”
Num momento a perda não é
inteligível para o homem, ele pode ter pedido tanto para Deus não deixar a
pessoa ir...então é difícil muitas vezes entender a morte, a separação, a
permissão de Deus.
A elaboração de uma
perda leva 6 meses a um ano. Quando a elaboração é algo
difícil demais e não ocorre após cerca de um ano, então há necessidade
de buscar auxílio de um profissional psicólogo, pois a perda está se tornando
patológica.
Enquanto não houver um
relacionar-se com a perda, com a dor da morte, o processo de aceitação não
acontece e o luto transforma-se em patologia.
Ex:
1- Uma
mulher que aos 60 anos não conseguiu êxito profissional, estava fixada na morte
da mãe, ocorrida aos seus 4 anos de idade.
2- Crianças
que viram o primo, o irmão morrer a sua frente, o que é uma perda profunda,
ficaram tão marcados e fixados nesta perda, que entraram para as drogas, para a
delinquência
3- Aquele
que teve um grande amor na vida e foi separado pela distancia ou por algo que
os impediu seguirem juntos, podem levar este grande amor para a vida conjugal,
pois não conseguiram viver a perda – e então o casamento não dará certo
O padre Luizinho da CN, nos dá
algumas dicas de como ultrapassar a perda
Você tem o direito de
1- estar
de luto, chorar, recolher-se, sentir a dor da ruptura sem mascará-la e sem
fugir dela, senão é dor na certa
2- nomear
o que sente:dor, revolta, decepção – pois era esperado um milagre, uma
recuperação, a reconciliação, o encontro
3- perdoar:
a todas as pessoas e situações que envolveram esta perda: os médicos, a
instituição, aquele que traiu, que foi embora, morreu, decepcionou; a si mesmo
por ter se exposto, por não aceitar o processo natural e não se permitir
sofrer; perdoar a Deus por ter permitido esse fato acontecer, sendo que você
tanto pediu; lembrar que ELE é o Grande, é quem está no poder e detém o
controle de todas as coisas; que Seu desejo não é a morte nem o sofrimento
humano
4- guardar
a verdadeira imagem daquele q se perdeu – “não é pq morreu que virou santo”
CONSIDERAÇÕES
FINAIS:
Em Jo,11,1-45:
JC vive seus sentimentos por Lázaro e suas irmãs Marta e Maria, Ele nos ensina
o quão importante é darmos vazão a nossa dor, sem máscaras.
Lembrando-nos e
permitindo-nos esta vivência sem máscaras, seremos felizes e livres.
Anacris
Aquino
Programa Falando de Vida
Rádio Mensagem
http://www.radiomensagem.am.br
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