terça-feira, 23 de setembro de 2008

O GRITO

O grito é uma forma de me fazer ouvir, é uma forma de falar, agressivamente, mesmo desesperadamente – que não estou me sentindo ouvida.

O gritar me faz sentir exasperada, com uma necessidade de gritar ainda mais alto, de gritar com as mãos e os pés, como se, gritar apenas pela boca e rosto não bastasse.

Quanto mais grito, mais libero a raiva antes contida dentro de mim e, coloco fermento nela, ajudo-a crescer, crescer – e agrido.

Com a agressão, vem a machucadura sobre o outro, sim, machuco o outro, mas muito mais machuco a mim em primeiro lugar. Afasto de mim aqueles que amo e/ou respeito, os quais gostaria que ficassem ao meu lado.

Ao gritar, estou optando pelo isolamento e no isolamento, não existe possibilidade de construção mas, deterioração. Meu grito de hoje pode ser na realidade, um grito que quis dar em meu passado e não dei, me contive por algum motivo.

É preciso parar, olhar para o meu presente e a partir daí me questionar:

1- O que de fato me fez gritar? foi o que fulano disse ou foi algo que me remeteu a lembrar meu passado, algo que me feriu demasiado?

2- Por que gritei? Estou correta no que quis dizer ao gritar?

3- Se estou correta, então para quê ou por quê gritar? Por que não me firmo apenas com minhas palavras, com minha doçura?

4- O que me impede ser doce, optar pela doçura?

A construção bem alicerçada se dá pela doçura. O grito propõe jogar tijolo sobre tijolo, sem priorizar a solidez da construção.

Repensando minha atitude, eu me perdôo e eu posso e opto pelo Amor, pela doçura, que me possibilitará a solidez da base bem alicerçada em quaisquer relacionamentos, seja conjugal, com minha família, com meus filhos, com meus amigos, relacionamento profissional, de amizade, enfim.

Ana Cristina Aquino

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