segunda-feira, 2 de maio de 2011

A CONSTRUÇÃO DO HOMEM


A Restauração do Lar
A construção do Homem, sua formação se dá no seio da Família.
Uma Família é composta pelo pai, pela mãe  e filhos.
Numa composição, cada elemento possui um lugar, desempenha uma função. E cada um tem sua importância, nenhum é mais ou menos importante que o outro. Quando um elemento  está sobrecarregado, significa que outro (ou outros)  não está se comprometendo plenamente com sua função.  E isto traz graves implicações na composição e naquilo que dela brotará.
Quais as graves consequências de sobrecarregar o outro?
É a troca de funções, ou seja:  o filho ocupar o lugar do pai, a filha ocupar  o lugar da mãe, o pai ocupar o lugar do filho, a mãe ocupar o lugar da filha; a criança ocupar o lugar daquele filho que faleceu, ainda que tenha sido abortado espontaneamente.  A criança ocupar o lugar de doente, seja a doença uma adicção, uma doença mental, uma doença física; ocupar o lugar de quem não aprende na escola – isto porque existe uma proibição velada quanto a saber, aprender um segredo que não pode ser revelado, mas que todos sabem existir.
Numa Família, cada membro possui o seu lugar. Para que cada papel seja respeitado, é necessário a vigência de alguns pricípios fundamentais:
·         Ordem: que é o estabelecimento da ordem hierárquica, ou seja: o Pai em seu lugar de Pai; no mesmo patamar  tamanho a Mãe ao lado, emseu lugar de Mãe e num patamar abaixo de ambos, os filhos em ordem de nascimento, contando aqueles que foram abortados, por motivos naturais ou não.
·         Pertencimento: é o sujeito reconhecer-se  e ser reconhecido naquele lugar determinado, dentro daquela Família, se sentir pertenço, aceito.
·         Equilíbrio: é o sujeito permitir-se dar e também permitir-se receber. Cada filho deve receber porção igual de tudo o que for dado pelos pais, para que ninguém seja lesado e o senso de injustiça prevaleça  
·         Reconhecimento: é o sujeito se reconhecer e reconhecer o que tem, por ex. seus pais, irmãos, sua casa, sua cidade, seu país.
Na composição familiar, marido e mulher são o esteio da família, nenhum é superior ao outro. Enquanto  um trabalha fora, o outro trabalha dentro de casa; ou ambos trabalham fora de casa, mas a importãncia de ambos é a mesma, ainda que um ganhe salário maior que o outro. A relação de respeito, de igualdade há de ser mantida para que a relação do casal seja equilibrada.
Atentar ao “detalhe” sumamente importante de que o marido não é o pai e nem o proprietário da esposa e a esposa não é a mãe e nem a proprietária do marido, ambos são companheiros, cúmplices, amigos um do outro. Pai não pratica relações sexuais com a filha e mãe não pratica relações sexuais com o filho. Portanto, chamar o/a companheiro/a de “pai ou mãe”, é afastar o outro de si.
Quando a esposa ocupa o papel de filha do marido, ocorre que ao nascer o filho, a criança tenderá a ocupar o lugar vazio, ou seja, o lugar da mãe. Para a criança é uma responsabilidade, um peso  muito maior que o possível ser carregado. Daí vem as disfunções familiares.
Ocupando o lugar da mãe, de que forma a criança irá se comportar? Podemos pensar em algumas fatias de possibilidades, como:
·         diante do peso da responsabilidade que tem que arcar, a criança tomará uma postura rígida e o rígido quebra por não possuir flexibilidade.
·         poderá mandar  na casa, na mãe, no pai, nos irmãos, na secretária...
·         poderá optar por brinquedos adultos, por assuntos sérios, por ser “igual “ a mãe, portanto tomar uma postura feminina, pois aquele lugar  vago pertence a mulher-mãe.
·         poderá ser a companheira do pai, pois está a desenvolver a função materna...entretanto, a função sexual não poderá desenvolver, pois o filho não tem relações de sexo com o pai.
·         geralmente o pai acata e assume a criança como esposa – tudo isso se dá num processo inconsciente que, visto, pode ser revertido.
Crescendo, o modelo familiar conhecido e praticado é aquele que a criança  vivenciou, portanto a tendência é reproduzir em sua própria família o modelo vivenciado.  Mas há um “detalhe”: o modelo de pai que a criança conheceu  vai norteá-la, num processo inconsciente, à escolha do futuro marido. Se ela estava a ocupar o lugar de sua mãe, e se uma filha não tem relações sexuais com seu próprio pai, então...uma das possibilidades é a de que os pais não se relacionavam sexualmente de uma forma frequente e natural... portanto a escolha de marido que deve fazer é de um homem que não se importe muito com a ausência do ato sexual... essa criança, agora adulta,  prestes a formar uma nova família, tenderá a ver o relacionamento sexual como proibido, desnecessário ou algo bem longinquo.
Lembrando novamente que estamos trabalhando com fatias de possibilidades reais, mas nem por isso únicas.
Ramificando a composição marido mulher, nascendo o filho, o casal composto, estruturado em seus papeis, acolhe - o em seu lugar de indivíduo, único, possuidor de características próprias, de querer e de possibilidades únicas, pertenças exclusivamente a ele.
Dentro da composição do casal, agora uma Família,há necessidade de dizer à criança: “sim = sim” ou “não = não”, a fim de lhe dar noções de limites.
Quando a criança nasce, há de se respeitar sua privacidade, ainda que seja “apenas uma criança”.
É necessário admirar o filho: ele precisa encontrar no/a pai/mãe um suporte, um torcedor que o acolha, que admire seu potencial , potencial que ele – filho ainda não sabe que possui.
Ter um relacionamento de cúmplice para com o filho, sem autoritarismo, mas com autoridade.
Ter o filho em seu lugar de filho, estar o homem no lugar de pai e a mulher no lugar de mãe.
Crescendo, o filho precisa que os pais deixem para ele um espaço, para que dentro de sua vida ele possa se manifestar, mostrar sua competência e aptidão. Ele precisa de espaço para sentir-se melhor que os pais, ainda que o seja somente em uma coisa apenas e não em muitas coisas.
O filho precisa ouvir dos pais que ele é bom, sentir que pode conquistar seu território, ainda que os pais estejam por trás. Ele é a obra prima mais preciosa construído pelos pais, com respeito e apreciação   .
Dizer ao flho o quanto ele é amado, competente, bonito, abençoá-lo incentivando-o buscar seu próprio caminho é importante para sua edificação. Dessa forma ele sentirá apoio dos pais, figuras de suma importância para ele e se sentirá capaz, pois aqueles em quem ele confia, confiam nele.
Não há necessidade dos pais deixarem para os filhos bens materiais por herança, mas formação,  pois com ela eles encontrarão ferramentas para trabalhar e construir.
                Anacris Aquino
Psicóloga Especialista em Família

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