O casal passa a acusar-se mutuamente pela responsabilidade da crise conjugal não prestando atenção no fato da crise conjugal existir pela responsabilidade de DUAS pessoas, que estão/estiveram juntas, unidas num mesmo intuito/sonho: construir juntos.
Qdo um casal se forma, seu objetivo em ficar juntos é fruto da responsabilidade de cada um e de ambos.
Entretanto, ao passar por uma crise, um "encontra" no outro a culpa da crise. Presos a circulos viciosos, a padrões de comunicação ineficazes, acusam-se desperados desabafando: “ele não faz a parte dele”; “ela não me ajuda em nada”; “ele não é companheiro”; “ela não me dá sossego, é exigente demais”.
Como num braço de ferro, acusam-se, buscando um ganho que não existe. Acusam-se querendo provar que tem investido mais que o outro na construção da relação. Atribuições de culpas inúteis, infrutíferas, as quais servem para desestimular, desvitalizar o companheiro/a, levá-lo/a a pensar que tudo o que fizer não fará diferença, então ele/a se retira triste buscando alegria de viver de alguma outra forma possível.
Por que acusar? De onde vem as acusações? Elas se originam na angústia causada pela ausência da harmonia que antes os uniu. Frente a perda desta harmonia, vem o medo da desunião conjugal, o querer reatar antes que todo o mundo desmorone. Gera a angústia que quase não cabe no falar.
O casal encontra-se tão mergulhado em acusações, que não consegue perceber que respondem a crise seguindo o modo de proceder que lhes foi apresentado por seus pais/educadores - como numa inércia. Ambos precisam afastar-se para olhar e perceber o circulo vicioso em que estão mergulhados, de forma que ele seja desfeito e a relação resgatada.
Qdo acuso o outro pelo estado deplorável da relação, estou na verdade desfazendo-me da responsabilidade que me cabe e, ocupando o papel de vítima, dou todo o poder ao outro.
Acusações mútuas tornam o casal cego para efetivar mudanças necessárias para a construção de uma relação verdadeira.
Acusações geram culpas; culpas cegam; geram o escuro; o escuro gera o medo; medo gera a desconfiança, a desconfiança em se entregar, pois não se vê a quem ou a o que está se entregando.
Quando não há possibilidade de entrega, a desconfiança causa o enrigecimento pessoal, impedindo ver os próprios erros, fragilidades, inclusive tristezas. Portanto não pode falar a si mesmo/a com honestidade sobre seus sentimentos e passa a não perceber pequenas gentilezas que seu/sua cio/a lhe oferta. E assim, cada vez mais a distancia aumenta.
Perdão é compromter-se com uma grande perda
A liberdade verdadeira que propicia construção encontra-se no PERDÃO.
Ana Cristina Aquino
Psicóloga Especialista em Família
Concordo plenamente Ana ,a primeira atitude em frente uma crise na família é a acusação e ai já sabe cutucamos a ferida com ferro enferrujado .É uma agrádel experiencia Zipar a boca e começar a pensar na essência da pessoa que está ao nosso lado e na fagilidade que é comum a todos ...Sugiro mesmo o exercício : trata-lo como se fosse o último momento juntos .Parabéns pela matéria, Amei!
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