segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sobre o Lugar que Se Ocupa

A violência encontra-se em nosso meio e está muito mais próximo de nós do que imaginamos, sob diversas formas: física, psíquica e espiritual. Nos acostumamos a ela e com ela, de modo que nem a reconhecemos como "violência" que destroe nossa auto-imagem, perpetua nos (as) filhos (as), descaracteriza o sujeito não o legitimando. 
Maturana, biólogo chileno, diz que "amar é legitimar o outro". E o que é "legitimar"? é re-conhecer o outro, permitir que ele seja, que se apresente para mim, sem críticas ou restrições. 
O amar o outro possibilita a minha escolha diante do que ele me apresenta, ou seja: aceito-o, e posso optar por ficar próximo a ele ou sair de perto dele. 
Amar é ser livre, respeitosamente livre.
Aquele que pratica a violência emocional impede a livre manifestação do outro; além de repeli-lo, critica, rechaça, evita, destroe.
Um claro exemplo de violência é o que ocorre numa novela atual: o marido provedor desrespeita demasiado sua companheira - além de não apoiá-la, a tem como objeto. Por sua vez, a mulher busca em outros relacionamentos, talvez de forma inconsciente, ser legitimada, reconhecida. Imaturidade? Mau caratismo? Sede de Amor?  talvez a somatória destas e outras fatias de possibilidades. Enquanto isto se passa com os pais, os filhos, soltos no ar, buscam quaisquer coisas à qual se agarrar para sentir firmeza:drogas, sexo, compulsões, baixa tolerãncia a dor, ocupar o lugar do pai.
A violência emocional causa tanto desconhecimento quanto ao lugar de cada membro familiar, que os papéis se invertem, se misturam, se confundem.
A TERAPIA pode auxiliar a RECONSTRUÇÃO dessa família que se perdeu em algum ponto de seu caminhar. Mas ela tem que querer, tem que sair de seu egoísmo opressor e abrir-se ao aprendizado de legitimar o outro.

Ana Cristina Aquino

Um comentário:

  1. Oi Cris, gostei do texto. Obrigada. Deus a abençoe. Saudades de você. Bjs Eliane

    ResponderExcluir

Seu comentário é bem vindo!